Deficiência de vitamina D aumenta em 22% o risco de lentidão na caminhada na velhice, diz pesquisa

  • 07/09/2025
(Foto: Reprodução)
Sol é a melhor forma de ativar a vitamina D no organismo Nilson Porcel/EPTV A deficiência de vitamina D pode aumentar em 22% o risco de lentidão na caminhada na velhice, segundo estudo realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a University College London, no Reino Unido. 📱 Siga o g1 São Carlos e Araraquara no Instagram A vitamina D é considerada um hormônio e desempenha um papel fundamental no organismo, contribuindo para a saúde óssea, crescimento e imunidade. (veja abaixo como repor). Os resultados foram publicados na revista Diabetes, Obesity and Metabolism. LEIA TAMBÉM: Vitamina D: benefícios, sintomas da falta e como repor Como foi realizada a pesquisa? Os pesquisadores analisaram dados de 2.815 pessoas com 60 anos ou mais. Os participantes integram o English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), estudo longitudinal de saúde da Inglaterra. No trabalho a princípio foram selecionados apenas indivíduos que não tinham nenhum problema relacionado à velocidade de marcha. Os níveis de vitamina D no sangue foram avaliados no início do estudo e a velocidade da marcha foi reavaliada ao longo de seis anos, o que possibilitou correlacionar a redução da velocidade da marcha em função da condição de suficiência, insuficiência ou de deficiência de vitamina D. Os valores de referência para a Vitamina D são: Suficiência - mais de 50 nanomoles por litro (nmol/L)* Insuficiência - entre 30 e 50 nmol/L Deficiência - menos de 30 nmol/L *🔍Nanomoles por litro (nmol/L) é uma unidade de medida usada para expressar a concentração de uma substância em um volume de líquido. Os dados mostraram um maior número de casos de lentidão nos participantes que tinham deficiência de vitamina D. A pesquisa constatou que pessoas que tinham menos de 30 nanomoles por litro têm 22% mais risco de lentidão comparado às pessoas que têm suficiência – mais de 50 nmol/L. Não foi detectada associação entre insuficiência de vitamina D e lentidão. Dados mostraram um maior número de casos de lentidão nos participantes que tinham deficiência de vitamina D Rodrigo Sargaço A lentidão da marcha em pessoas idosas – menos de 0,8 metro por segundo (m/s) – é um importante indicador de mobilidade e está associada à perda de independência e ao maior risco de quedas, hospitalização, institucionalização e morte. “Com isso, a vitamina D se torna um marcador importante para identificar mais precocemente o risco de lentidão da caminhada e serve como um alerta para uma velhice com possíveis dificuldades de mobilidade”, afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo, que foi financiado pela Fapesp. “Como a lentidão da caminhada está associada ao maior risco de dependência funcional e desfechos adversos, o monitoramento dos níveis de vitamina D, principalmente em pessoas idosas, também deve ser priorizado nos diversos contextos clínicos e serviços de saúde”, ressaltou Alexandre. Os pesquisadores ressaltaram que a lentidão na caminhada tem causa multifatorial e a deficiência de vitamina D, por um período de seis anos, seria uma delas. “A vitamina D tem um papel importante no sistema musculoesquelético, pois, ao ser sintetizada pela luz solar, atua nas células musculares regulando a entrada e saída de cálcio, o que permite a contração muscular, por exemplo. Portanto, quando há deficiência de vitamina D, esse fluxo é prejudicado”, disse Mariane Marques Luiz, professora da UFSCar que conduziu a pesquisa durante seu estudo de doutorado. Mais notícias da região: CRIME: Presos suspeitos de matar homem a pauladas e jogar corpo em rio: 'Crime de vingança', diz delegado INCÊNDIO: Carreta pega fogo e interdita pista da Rodovia Anhanguera em Porto Ferreira ACIDENTE: Motociclista é socorrido após bater contra poste em Araraquara A pesquisadora ressalta ainda que a carência de vitamina D desencadeia também a redução da síntese de proteína muscular – um problema comum ao envelhecimento –, ou seja, dificulta mais ainda a formação de músculo na pessoa idosa. Além disso, tem efeitos neurológicos, interferindo no efeito protetor aos neurônios e na velocidade da transmissão do impulso nervoso. “Além da questão muscular, a carência de vitamina D tem repercussão no sistema nervoso central e periférico, comprometendo a marcha pela lentidão na transmissão dos estímulos neuronais para a caminhada”, destacou. Os resultados do estudo comprovaram que a deficiência de vitamina D é um fator de risco para a lentidão da caminhada, independente de outras questões como idade, sexo, raça, escolaridade, nível de atividade física, tabagismo, diabetes e outras doenças. “Como um indicador muito importante, seu monitoramento deve ser considerado para a manutenção de um envelhecimento saudável. Mas é preciso cuidado, pois a lentidão da marcha é um problema multifatorial e é sabido que a suplementação excessiva da vitamina D traz toxicidade”, afirmou Alexandre. Benefícios da Vitamina D Departamento de Gerontologia da UFSCar Reprodução A vitamina D tem se destacado nos últimos anos pelos diferentes efeitos benéficos à saúde. Estudos recentes apontam seu papel na melhora do sistema imunológico, cardiorrespiratório, neurológico e sobretudo musculoesquelético. Ela também tem sido foco de notícias falsas sobre supostos tratamentos milagrosos. “Praticamente todas as células do corpo possuem receptores de vitamina D. Quando a pele é exposta ao sol, uma substância presente nas camadas mais profundas é ativada pela ação dos raios ultravioleta. Para atuar nos tecidos, essa vitamina precisa se ligar aos receptores específicos. Como esses receptores estão presentes em todo o corpo, a vitamina D consegue exercer suas funções em diversas áreas”, afirmou Mariane Luiz. Na velhice ocorre uma redução natural da vitamina circulando no sangue. “À medida que se envelhece, há uma redução da biodisponibilidade da substância precursora da vitamina D, que ocorre pelo afinamento da pele. Também há uma diminuição do número de receptores de vitamina D nas células dos diferentes tecidos, o que reduz a capacidade de síntese cutânea e distribuição de vitamina D aos tecidos. Por isso o monitoramento é tão importante nessa faixa etária, pois o declínio relacionado à idade nos níveis de vitamina D pode diminuir as reservas fisiológicas desses sistemas, desencadeando vários problemas, entre eles a perda da mobilidade”, disse a pesquisadora. VEJA TAMBÉM: Pesquisa da UFSCar aponta que gordura abdominal pode prejudicar absorção de vitamina D Pesquisa da UFSCar aponta que gordura abdominal pode prejudicar absorção de vitamina D

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2025/09/07/deficiencia-de-vitamina-d-aumenta-em-22percent-o-risco-de-lentidao-na-caminhada-na-velhice-diz-pesquisa.ghtml


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