Morte de bebê intubado de forma errada no estômago é apurada pela Polícia Civil e Cremesp

  • 25/05/2024
(Foto: Reprodução)
Menino Bryan de 1 ano e 11 meses, ainda esperou 9 horas por vaga de internação em hospital em São Carlos, no interior de São Paulo. 'Peguei meu menino morto', lembra mãe. O bebê Bryan Santos Cerqueira Pinto morreu em São Carlos Arquivo pessoal A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) investigam a morte do bebê Bryan Santos Cerqueira Pinto de 1 ano e 11 meses, em São Carlos (SP), no fim de abril. A família diz que uma intubação foi feita de forma errada no estômago e o menino não resistiu. Ele ainda teve que esperar 9 horas por uma vaga de internação em um hospital. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp O caso foi registrado como morte suspeita. A Secretaria de Segurança Pública informou que a Polícia Civil pediu laudos do Instituto Médico Legal (IML) e vai investigar o caso. Febre alta No dia 28 de abril, ele estava com febre mas, mesmo assim, dormiu bem. No dia 29 ele acordou com febre alta e os pais levaram um menino até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Cidade Aracy. Menino de 1 ano morre e família diz que intubação foi feita errada em São Carlos "Teve a febre de 40 graus as 6h e a gente levou ele para a UPA. Chegamos lá 7h e fomos atendidos 7h30 pela clínica geral. Ela receitou para ele fazer inalação e uso da bombinha”. LEIA TAMBÉM: Bebê morre no HU de São Carlos com doença respiratória Pedido de internação e longa espera O tratamento não deu o resultado esperado e os profissionais da UPA solicitaram uma vaga para internação pela Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), mas a vaga não veio com o passar do dia. “[Deu] 15h a gente começou a ver que ele tava ficando roxo, com a boquinha roxa”, disse a mãe. Foto foi tirada quando Bryan recebia tratamento em São Carlos Arquivo pessoal Após 9 horas e sem vaga para internação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e os pais foram retirados da sala. Bryan foi intubado e levado para o Hospital Universitário. “O médico veio avisar a gente de uma forma desesperadora, que o nosso filho estava em estado gravíssimo com 20% de chance [de sobreviver] e a gente ficou desesperado, ele estava bem, não era para ter acontecido isso. A intubação não ia melhorar?”, afirmou a mãe. A intubação é um procedimento que visa manter vias aéreas abertas até o pulmão do paciente para auxiliar na respiração. O menino Bryan morreu e família culpa intubação errada em São Carlos Arquivo pessoal Mais notícias: VÍDEO: copiloto cai de balão desgovernado em campeonato no interior de SP Com 180 kg, homem não consegue fazer exame por falta de maca para suportar peso O menino não resistiu. O prontuário médico confirma que na sala de emergência do Hospital Universitário foi constatada a intubação do estômago. “O médico me disse que a intubação não tinha sido feita corretamente, foi no estômago a intubação. Pedi para me despedir. Colocaram ele no meu colo e ali meu chão desabou, né? Porque eu peguei meu menino morto”, lembrou. “Bryan era a nossa luz. Falaram muito que ele morreu por causa da síndrome de Down, mas não, a síndrome de Down não atrapalhou em nada”, disse a mãe de Bryan, Janaína Santos Cerqueira Pinto. Denúncias da família Pais do menino Bryan fizeram denúncia na polícia de São Carlos e no Cremesp Rodrigo Sargaço/EPTV Na semana passada, a família levou o caso para a polícia e também para o Cremesp. Na denúncia, a família pede que se apure e se instale a abertura de sindicância sobre o que aconteceu. Reitera que é "inadmissível aceitar o tempo de espera da UPA" e que a intubação errada no estômago foi um "fator primordial para a morte". “Se meu filho tivesse ido de uma forma natural, mas não. Intubaram o meu filho errado. Teve a demora. Tudo isso contribuiu”, lamentou. O nome do profissional que fez a intubação não foi divulgado. O que dizem a Cross e a prefeitura? A Cross informou que a UPA pediu a vaga para o menino, que foi liberada para o HU, mas não detalhou o motivo da demora de 9 horas. Sobre a falta de pediatra na UPA no dia que a família buscou atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde nformou apenas que a pasta investiga o caso e que a falta de pediatra na unidade ainda não foi confirmada, apesar do que a mãe de Bryan afirmou. O que diz o Cremesp? Em nota, o Cremesp informou que está investigando a denúncia, mas não pode dar detalhes porque as apurações correm em sigilo. O Cremesp é uma autarquia federal e tem a função de supervisionar a ética profissional médica. Quando recebe uma denúncia, o órgão tem que abrir uma sindicância para investigar o caso. Ela pode se transformar em um processo e até resultar na cassação do direito de exercer a medicina. VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2024/05/25/morte-de-bebe-intubado-de-forma-errada-no-estomago-e-apurada-pela-policia-civil-e-cremesp.ghtml


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